Pacientes com obesidade associada à diabetes podem realizar o procedimento
Pacientes com diabetes tipo 2 têm até 80% de chances de parar de usar medicação e controlar as glicemias quando submetidos à cirurgia bariátrica. Isso acontece porque o procedimento, além de auxiliar na perda de peso, interfere também na produção de hormônios intestinais, aumentando a sensibilidade à insulina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil possui mais de 12 milhões de pessoas com a doença, que causa muitos riscos à saúde: problema circulatórios, cegueira, infarto, AVC, insuficiência renal, amputação, entre outros.
Danos que podem ser evitados com a intervenção cirúrgica.
A cirurgia bariátrica ou metabólica possui excelentes índices de cura da diabetes tipo 2. Ela é indicada para pacientes com diabetes sob acompanhamento clínico, sem resolução do quadro e com obesidade severa associada. “Com o estômago reduzido, o alimento chega mais rápido ao intestino, sem passar totalmente pelo processo de digestão. Esse fator ocasiona a liberação de diversos hormônios, que provoca o aumento da sensibilidade à ação da insulina e consequentemente a diminuição do açúcar no sangue”, explica o Dr. Marcus Lima, médico especialista em Cirurgia Bariátrica e Videolaparoscopia.
Pacientes com obesidade associada à diabetes já podem realizar o procedimento, porém a cirurgia para não obesos ainda está em fase de pesquisa. Segundo o Dr. Marcus Lima, aqueles que não são obesos ou possuem obesidade leve podem eventualmente realizar a cirurgia em protocolos de pesquisa. O Ministério da Saúde indica a realização da cirurgia bariátrica para casos de obesidade grave. O procedimento é liberado para pacientes com IMC igual ou maior que 40 e pode ser realizado em casos de IMC entre 35 e 40, em paciente com diabetes. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado.
A cirurgia de estômago pode solucionar o problema do excesso de peso e casos de diabetes tipo 2, porém, é necessário haver um novo pensamento e posicionamento do paciente em relação à comida, para que não volte a ganhar os quilos perdidos. “Os resultados são promissores. O tratamento é feito com acompanhamento multidisciplinar, através de profissionais como educadores físicos, nutricionistas, endocrinologistas e psicólogos, aliado ao uso de medicações como hipoglicemiantes orais e, eventualmente, insulina, além de cirúrgico para o grupo especificado acima. Porém, se o paciente voltar a engordar, a doença pode se desenvolver novamente. Fato este, que pode acontecer com um percentual pequeno, sobretudo, entre aqueles que não mantém o acompanhamento multidisciplinar pós-operatório”, afirma o cirurgião.
Publicado por: DRº Marcus De Almeida Correia Lima – CIRURGIA GERAL E DO APARELHO DIGESTIVO